a humanidade só será LIVRE, quando o último corrupto for enforcado nas tripas do derradeiro capitalista
a desobediência é a verdadeira base da liberdade, os obedientes são necessariamente escravos

31 de janeiro de 2020

A ESQUERDA NÃO PODE SER "CERTINHA"


As declarações proferidas ontem na AR pela “esquerda”  (Pedro Filipe Soares (BE), Ana Catarina Mendes vs Pedro Delgado Alves (PS),  João Oliveira (PC), José Luís Ferreira (VERDES) e André Silva (PAN), acerca dos desvarios fascisoides de Ventura, foram de uma total subserviência ao dito. Condenar o fascismo, a xenofobia e o racismo com palavras e/ou frases mais ou menos feitas não fazem nenhuma espécie de efeito a quem as profere.
Esquecem-se estes senhores/as estão a lidar com mentecaptos que não têm qualquer respeito pelos outros, este tipo de abjecto tem de ser combatido com firmeza e objectividade, quer nas palavras quer nos actos.
Onde está a palavra fascismo e fascista para classificar esta gente?
Estes deputados e o próprio Presidente da AR (Ferro Rodrigues) já se esqueceram?
Sabemos que quer PCP, quer o BE seguem o politicamente correcto, em minha opinião é um tremando erro de palmatória.
O PCP deixou há muito a luta de classes e aburguesou-se. Prefere controlar os sindicatos (CGTP) e pouco mais, limita-se a manter o seu eleitorado (cada vez mais velho) e quase que fala exclusivamente para ele, deixou de ser a referência revolucionária de antanho.
O BE é um partido da média-burguesia urbana, que para além das causas fracturantes pouco mais produz.
Existe um enorme vazio à esquerda, falta uma organização verdadeiramente revolucionária para mobilizar as massas populares em seu redor. Uma organização que reúna uma verdadeira vertente revolucionária, anti-fascista e anti-capitalista, que chame fascista aos fascistas e não se remeta a salamaleques burgueses, pretendendo com isso não “ofender” os destinatários. É o politicamente correcto.
As grandes manifestações de massas (“Que se lixe a Troika” ou “Geração à rasca”) que juntaram pelo país centenas de milhares de pessoas, dificilmente se repetirão. A geração mais jovem aburguesou-se e, na sua maioria, prefere as tretas tecnológicas e/ou adereços mad-in China de duvidosa qualidade, a sair da sua zona de conforto e lutar por eles e seus filhos. A geração intermédia, na sua maioria, está instalada com empregos mais ou menos mal-pagos onde proliferam os recibos-verdes e a precariedade, mas preferem “isto” a lutarem por “coisa” melhor. Finalmente a minha geração, a geração que fez o 25 de Abril, estamos “velhos”, a maioria já se finou e a maioria dos que ainda por cá andam ou estão em “armazéns de velhos” (vulgo) lares de terceira idade, ou em casa dos filhos e/ou netos, já não temos força para fazer o que quer que seja, muito menos uma verdadeira organização revolucionária.
Apesar de tudo, vamos tentando remar contra esta nova maré fascista que se tem aproximado.  
Definitivamente a malta acomodou-se, por isso, não é de estranhar o aparecimento de venturas e afins.

1 comentário:

José Corvo disse...

made in China de duvidosa qualidade?
Vai ser a China que vai reestruturar a URSS.
Ver o site do Partido Comunista da Federação Russa