Serão as próximas eleições autárquicas iguais ou parecidas às anteriores?
Penso que não.
Senão vejamos.
O novo panorama político alterou-se ou está prestes a alterar-se. Se nas grandes urbes as coisas continuarão iguais com uma ou outra alteração de pormenor, é nos pequenos concelhos e freguesias que poderá haver mudanças.
Mas estas eleições irão ser o prenúncio das legislativas de 2023, e porquê?
Até agora, o espectro político à direita e extrema-direita era o CDS
que o “comandava”, albergando em si a alta-burguesia urbana e não urbana,
deixando de fora muitos saudosos do 24 de Abril, mas sempre aceitaram as regras
da constituição e sempre actuaram dentro da legalidade. Actualmente, o CDS está
remetido a um gueto de meia-dúzia de miúdos sem ideias plausíveis.
O PSD é um saco de gatos sempre prontos para arranhar com denodo as diversas lideranças, só estão todos bem quando têm o poder, aliás o mesmo se pode dizer do PS. Mas o PSD actual está totalmente virado do avesso, Rui Rio nunca foi um verdadeiro líder, teve sempre o pescoço no cepo, cometeu entretanto demasiados erros estratégicos que o irão levar ao abandono prematuro e à saída sem honra nem glória.
Como tudo parece (por isso estas eleições vão ser fundamentais) com o
PSD e o CDS pelas ruas da amargura, quem vais ascender? Quem vai (ou poderá vir
a ser) o grande vencedor que irá açambarcar os escombros daqueles? Já
adivinharam – o Chega/Ventura. Se o Chega tiver no todo nacional mais de
496.653 votos (presidenciais Ventura 2021) será uma estrondosa vitória do Chega
e o eclipse do CDS e de parte do PSD, apesar deste poder vir a vencer em
Coimbra, única grande cidade onde o poderá fazer.
Ou seja, a estratégia de Ventura é óbvia – desmoralizar e desgastar os
seus adversários directos e ao mesmo tempo organizar o partido nos distritos e
nos concelhos, mobilizando os “descontentes” da direita tradicional e traze-los
para o radicalismo militante, os últimos acontecimentos com os negacionistas anti-vacinas são um exemplo.
Como referi tudo isto acontece ou poderá acontecer por erros
estratégicos de palmatória de Rio e Xicão que nunca se conseguiram livrar do nó
górdio que Ventura lhes atou.
Vamos aguardar por domingo, talvez me engane na previsão.
1 comentário:
A diferença entre o PS e o PSD é apenas religiosa. Enquanto maioritariamente os PPDs são católicos, vão à missa e comungam os PSs são ateus e Republicanos, em tudo o mais são iguais e não perdoam à Rússia ter derrotado a Alemanha muito menos agora que se aliou à China. Os penduricalhos do Chega com 208 mil votos e o CDS disfarçado em coligações, ou os liberais que seguem a linha da fuga à Rendeiro e estão mais falidos do que nunca, só restam os animais que qualquer dia até vão eleger um presidente.
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