Faz hoje cinquenta e quatro anos (19/5/1954) que foi assassinada pela GNR/PIDE, Catarina Eufémia. Reivindicava somente melhores condições de trabalho.
“Após a autópsia, temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a populaça, espancando não só os familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia associar-se ao funeral. O caixão acabou por ser levado à pressa, sob escolta da polícia, não para o cemitério de Baleizão, mas para Quintos (a terra do seu marido cantoneiro António Joaquim do Carmo, o Carmona, como lhe chamavam) a cerca de dez quilómetros de Baleizão. Vinte anos depois, em 1974, os seus restos mortais foram finalmente transladados para Baleizão.
Na sequência dos distúrbios do funeral, nove camponeses foram acusados de desrespeito à autoridade; a maioria destes foi condenada a dois anos de prisão com pena suspensa. O tenente Carrajola foi transferido para Aljustrel mas nunca veio a ser sequer julgado em tribunal. Faleceu em 1964”.
“Após a autópsia, temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a populaça, espancando não só os familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia associar-se ao funeral. O caixão acabou por ser levado à pressa, sob escolta da polícia, não para o cemitério de Baleizão, mas para Quintos (a terra do seu marido cantoneiro António Joaquim do Carmo, o Carmona, como lhe chamavam) a cerca de dez quilómetros de Baleizão. Vinte anos depois, em 1974, os seus restos mortais foram finalmente transladados para Baleizão.
Na sequência dos distúrbios do funeral, nove camponeses foram acusados de desrespeito à autoridade; a maioria destes foi condenada a dois anos de prisão com pena suspensa. O tenente Carrajola foi transferido para Aljustrel mas nunca veio a ser sequer julgado em tribunal. Faleceu em 1964”.
5 comentários:
Um simbolo da resistência e uma vitima da injustiça imposta por aquela ditadura atroz.
Um exemplo do que era este (deles) país rural e do que era a repressão sobre o povo martirizado e esfomeado.
Para nunca esquecer.
Saudações do Marreta.
Uma resistente e uma Lutadora!
Que perdure a memória...
Um Abraço
Catarina sempre!
CRN
http://caparicaredneck.blogspot.com
Catarina Eufémia, nunca é demais recordar! Lembrar os crimes do fascismo que existiu em Portugal. E que, agora, tenta renascer, subrepticiamente. Temos que travá-lo. Já!
Um abraço anarquista
Meu Amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
De corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.
Retrato de Catarina Eufémia
Ary dos Santos
Catarina! para sempre Recordar!
beijo
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