As declarações proferidas ontem
na AR pela “esquerda” (Pedro Filipe
Soares (BE), Ana Catarina Mendes vs Pedro Delgado Alves (PS), João Oliveira (PC), José Luís Ferreira (VERDES)
e André Silva (PAN), acerca dos desvarios fascisoides de Ventura, foram de uma
total subserviência ao dito. Condenar o fascismo, a xenofobia e o racismo com
palavras e/ou frases mais ou menos feitas não fazem nenhuma espécie de efeito a
quem as profere.
Esquecem-se estes senhores/as estão
a lidar com mentecaptos que não têm qualquer respeito pelos outros, este tipo
de abjecto tem de ser combatido com firmeza e objectividade, quer nas palavras
quer nos actos.
Onde está a palavra fascismo e
fascista para classificar esta gente?
Estes deputados e o próprio
Presidente da AR (Ferro Rodrigues) já se esqueceram?
Sabemos que quer PCP, quer o BE
seguem o politicamente correcto, em minha opinião é um tremando erro de palmatória.
O PCP deixou há muito a luta de
classes e aburguesou-se. Prefere controlar os sindicatos (CGTP) e pouco mais,
limita-se a manter o seu eleitorado (cada vez mais velho) e quase que fala
exclusivamente para ele, deixou de ser a referência revolucionária de antanho.
O BE é um partido da média-burguesia
urbana, que para além das causas fracturantes pouco mais produz.
Existe um enorme vazio à
esquerda, falta uma organização verdadeiramente revolucionária para mobilizar
as massas populares em seu redor. Uma organização que reúna uma verdadeira
vertente revolucionária, anti-fascista e anti-capitalista, que chame fascista aos
fascistas e não se remeta a salamaleques burgueses, pretendendo com isso não “ofender”
os destinatários. É o politicamente correcto.
As grandes manifestações de
massas (“Que se lixe a Troika” ou “Geração à rasca”) que juntaram pelo país
centenas de milhares de pessoas, dificilmente se repetirão. A geração mais
jovem aburguesou-se e, na sua maioria, prefere as tretas tecnológicas e/ou adereços
mad-in China de duvidosa qualidade, a sair da sua zona de conforto e lutar por
eles e seus filhos. A geração intermédia, na sua maioria, está instalada com
empregos mais ou menos mal-pagos onde proliferam os recibos-verdes e a
precariedade, mas preferem “isto” a lutarem por “coisa” melhor. Finalmente a
minha geração, a geração que fez o 25 de Abril, estamos “velhos”, a maioria já
se finou e a maioria dos que ainda por cá andam ou estão em “armazéns de velhos”
(vulgo) lares de terceira idade, ou em casa dos filhos e/ou netos, já não temos
força para fazer o que quer que seja, muito menos uma verdadeira organização revolucionária.
Apesar de tudo, vamos tentando
remar contra esta nova maré fascista que se tem aproximado.
Definitivamente a malta acomodou-se,
por isso, não é de estranhar o aparecimento de venturas e afins.
1 comentário:
made in China de duvidosa qualidade?
Vai ser a China que vai reestruturar a URSS.
Ver o site do Partido Comunista da Federação Russa
Enviar um comentário