Imagem - Cap. Varela Gomes
Na noite da passagem do ano 1961-1962, faz hoje cinquenta anos, foi assaltado o quartel de Infantaria 3 em Beja. A revolta foi comandada pelo capitão Varela Gomes. Morto, durante os acontecimentos o tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca, então sub-secretário de Estado do exército. Outro dos organizadores foi o civil Manuel Serra, participando o major Francisco Vasconcelos Pestana, filho do antigo ministro da I República, Pestana Júnior, o capitão Pedroso Marques e o tenente Brissos de Carvalho, bem como o civil Fernando Piteira Santos. Depois de um tiroteio com o major Calapez, comandante do quartel que consegue evadir-se e avisar as autoridades, Varela Gomes é gravemente ferido. Entretanto, Humberto Delgado entra clandestinamente em Portugal, chega a dormir em Lisboa numa pensão, e vai para Beja na companhia de Adolfo Ayala, verifica o fracasso e volta ao exílio, onde denuncia a ineficácia da polícia política face aos disfarces que apresentou.
Era o princípio do fim do salazarismo/fascismo. Seguir-se-iam outras acções durante o ano de 1961, tais como, o desvio do paquete Santa Maria por um comando luso-espanhol comandado por Henrique Galvão, o lançamento de panfletos revolucionários sobre Lisboa e margem-Sul de um avião da TAP por um comando liderado por Palma Inácio, denominada "Operação Vagô", início da luta de libertação em Angola, a libertação de Goa, tentativa de golpe de estado perpetrado por Botelho Moniz e Costa Gomes. O ditador duraria mais nove anos, o regime mais treze. Outras lutas se seguiriam até à madrugada libertadora de Abril.
Para que a memória não se desvaneça, aqui fica a minha singela homenagem a todos os heróis do assalto ao Quartel de Beja.
2 comentários:
Caro amigo Ferroadas um bom 2012, na medida do possível.
Abraço
“新年愉快”
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