A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada, há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
Foi em 19 de Dezembro de 1961, faz hoje 50 anos, a PIDE assassinava José Dias Coelho, lutador anti-fascista, militante comunista, professor e artista plástico. A repressão fascista estava então no seu auge, com o começo da luta de libertação em Angola (Fevereiro de 1961), Salazar e seu regime estavam a agonizar, o mundo estava a mudar, a oposição clandestina estava mais activa que nunca. Aqui fica a minha singela homenagem a este grande português.
2 comentários:
Amigo e Camarada Ferroadas,
o Rei dos Leittões sente-se orgulhoso de desejar a todos os teus um Natal impossível e uma ano novo cheio de lutas possíveis.
Não comam carne de porco! Comam Coelho! Isto não é o Fim do Mundo! É o fim do sistema!
matem o coelho para não comerem pão com dentes !!!!!
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